Fazer assim ou assado?
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As decisões que o enólogo toma, ao longo de todo processo de produção dos vinhos, têm impacto direto no resultado daquilo que degustaremos... Que tal alguns exemplos?
Não deixar para amanhã, a colheita prevista para hoje...
A uva colhida mais precocemente produz vinhos com maior acidez, menos álcool, sabores mais herbáceos e taninos mais amargos. Por sua vez, uvas colhidas tarde demais podem necessitar de acidificação artificial, ou de diluição dos níveis de álcool. Dependendo dos objetivos do vinho, o enólogo decide o momento da maturação ideal, no qual os níveis de acidez e doçura estarão em perfeito equilíbrio. Se quiser entender melhor os segredos da colheita, clique aqui.
Maceração curta, longa, a frio?
Maceração é todo o período em que a parte sólida das uvas permanece em contato com o mosto. Quanto maior o tempo, mais cor e complexidade o vinho ganha. Na maceração a frio, como as leveduras não encontram a temperatura necessária para iniciar a fermentação, o enólogo ganha tempo para extrair mais cores e sabores da pele das uvas.
Escolher a temperatura ideal para a fermentação...
Essa é uma decisão que tem impacto direto sobre os sabores e cores de um vinho. Temperaturas mais elevadas, de 26 a 37°C, potencializam a cor e os taninos do vinho, e são mais utilizadas para vinhos tintos. Temperaturas mais baixas durante a fermentação, entre 6 e 10°C, ajudam a preservar os voláteis e delicados compostos aromáticos dos vinhos brancos.
Arejar de cima para baixo, ou de baixo para cima?
A remontagem, processo que areja o vinho durante a fermentação, pode ser feita empurrando as peles e a polpa para baixo, ou bombeando o mosto para cima. No primeiro caso, o processo é considerado mais artesanal e menos intenso. Já o bombeamento é mais necessário em grandes volumes, e é um método capaz de extrair ainda mais taninos.
E as opções para o envelhecimento?
Carvalho francês permite maior oxigenação e fornece toques de café, manteiga, baunilha e especiarias. Carvalho americano é mais estanque, com um desenvolvimento mais lento do vinho, e aporta aromas de coco e baunilha. Quanto mais novo o barril, mais compostos aromáticos e mais taninos serão transmitidos ao vinho. Isso tudo, se a decisão do enólogo for passar por madeira. Mas existem outras opções, e, se você quiser ler sobre elas, clique aqui.
Certamente a responsabilidade do enólogo é imensa. Em contrapartida, a compensação, ao ver seu vinho sendo degustado e apreciado, também.
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