Sobre vinho e Bicchieri...
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O mundo da classificação de vinhos degustados e pontuados por críticos especializados não é feito somente de escalas numéricas, que vão até 100. Já ouviu falar em Bicchieri?
Quando encontramos um vinho classificado, por exemplo, com 90 pontos, por esse ou por aquele crítico, divulgado por essa ou por aquela revista, partimos do princípio que se trata de uma avaliação positiva, já que intuitivamente deduzimos que a nota máxima seria 100.
Obviamente, existem as particularidades de critério de cada classificação. A mesma pontuação, por exemplo, na Wine Spectator, na Wine Enthusiast, e na Wine Advocate, podem ter sentidos próximos, mas não são exatamente a mesma coisa. Se quiser ler mais sobre isso, clique aqui.
Mas e quando a pontuação não tem nada a ver com essa escala? Um exemplo clássico é o Guia de Vinhos da Itália (Guida Vini d’Italia), publicado pelo grupo editorial Gambero Rosso, uma das publicações mais respeitadas e influentes do mundo.
Atualmente em sua 27ª edição, o Guia de Vinhos da Itália traz 20.000 rótulos italianos, de 2.360 diferentes produtores. E, para isso, a equipe de especialistas da Gambero Rosso prova mais de 45.000 vinhos, no total!
Nesse guia, a avaliação de vinhos acontece pela concessão de taças, numa escala de vai de 1 a 3 taças, chamadas Bicchieri.
Ou seja, os vinhos que aparecem no guia são classificados com 1, 2 ou 3 Bicchieri.
Em 2014, dos 20.000 rótulos expostos no guia, somente 415 receberam Tre (3) Bicchieri, a mais alta distinção conferida, como símbolo de excelência na produção de vinho. Esse é um objetivo cobiçado pelos produtores italianos, e um ponto de referência para enófilos do mundo todo.
Anualmente, no lançamento do guia, acontece um concorrido evento em Roma, que enche a cidade de visitantes profissionais da área.
E o guia, que costuma ser impresso em italiano, inglês e alemão, traz, além da avaliação qualitativa dos vinhos, baseada nesse critério de Bicchieri, informações precisas e preciosas, como o tamanho da propriedade (hectares de vinhas e garrafas produzidas), tipo de viticultura (convencional, orgânica, biodinâmica), dicas para visitar e comprar da empresa, indicação de preço médio, etc.
Bom, sabe qual o resumo da ópera? Degustar um vinho italiano, conhecendo cada vez um pouco mais sobre o vasto universo por trás dessa cultura milenar, é sem dúvida ainda mais prazeroso!
Quer ler mais sobre a produção de vinhos na Itália? Clique aqui.
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