A Batalha do Vinho
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- Categoria: a história do vinho
Já imaginou uma guerra de vinho? Ela existe, e é muito divertida!
Onde acontece essa batalha?
Em Haro, pequena cidade de 11.000 habitantes que fica em La Rioja, na Espanha. O santo padroeiro da cidade é San Felices (443 – 540 d.C), um monge que viveu na região, onde havia uma aldeia chamada Bilibio.
Qual a origem dessa tradição?
Tudo começou com a morte de San Felicis, cujos restos mortais depositados em uma caverna atraíam muitos peregrinos, para o local. Junte-se a isso uma celebração que apareceu, séculos depois, na época dos dias de São João e de São Pedro, em junho. Num determinado momento, por volta do século 18, as coisas se juntaram e a tal festividade passou a ser uma homenagem a San Felices, que viria a se tornar o padroeiro da cidade.
No final do século 19 surgiu o que se chamou à época de batismo de vinho. E a celebração religiosa foi ganhando, com isso, um caráter também pagão.
O jornal Diario de La Rioja, de 29 de junho de 1898, trazia a seguinte notícia: “Quando essa edição chegar às mãos de meus queridos leitores, já terá entrado para a história a típica romaria de Bilibio; teremos alguns jarros de vinho a menos nas adegas, e alguns a mais no corpo e na roupa”.
O vinho era atirado nas pessoas, durante a festa, como se fosse munição. As pessoas comiam, bebiam, cantavam e riam. E a tradição se perpetuou.
Como é a festa, hoje em dia?
Ela acontece anualmente, no dia 29 de junho, e atrai muitos turistas dispostos a cair na folia, desde cedo até o final do dia. Estima-se que haja aproximadamente 10.000 participantes, na brincadeira.
Todos vestem-se de branco. O objetivo é deixar o outro inteiramente roxo, o mais rápido possível, e antes de você, é claro. Para isso, utilizam-se panelas com vinho, baldes, armas de brinquedo, borrifadores, e tudo aquilo que a imaginação lembrar, exceto garrafas de vidro, para que ninguém se machuque.
De onde vem o vinho, da brincadeira? As pessoas levam, mas também é fornecido pela prefeitura e por produtores, que ficam a postos, prontos a oferecer mais “munição” aos foliões! Nesse caso, o que eles entregam são restos de colheita, considerados de baixa qualidade para o consumo.
E, quando a brincadeira acaba, é hora de comer e de beber vinho, de alta qualidade, é claro! E é hora, também, de cantar e dançar, até o dia acabar!
Pois é. Mais uma história para o nosso “barril”. Falando em barril, se quiser encerrar lendo sobre os vinhos espanhóis de Rioja, clique aqui.
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